Alanis Guillen, 23, enfrenta seu maior desafio profissional a partir
desta terça-feira (12). A atriz entra na trama de "Pantanal" (Globo)
na pele de Juma Marruá, uma das figuras mais lembradas da primeira versão da
novela, produzida pela extinta Manchete em 1990.
O papel
foi o mais disputado do remake da trama, com diversas famosas se oferecendo
para interpretar a mulher-onça que fez casa no imaginário dos telespectadores.
Na trama original, ela foi vivida por Cristiana Oliveira, 58, alçada ao posto
de estrela na exibição original da trama.
Com apenas um
papel na televisão, o da mocinha sofredora Rita de "Malhação - Toda Forma
de Amar" (a última temporada inédita da novelinha adolescente), Guillen
confessa que está com frio na barriga por causa do tamanho da personagem.
"Se eu disser o contrário, vou estar mentindo", confessa em
entrevista à Folha de S.Paulo.
"Claro
que rola uma pressão e eu tento minimizá-la o tempo todo", diz. "A
Juma é icônica, assim como outras grandes personagens retratadas em novelas de
grande audiência, como Tieta, por exemplo. Ela está no imaginário das pessoas
que assistiram a primeira versão da novela."
Na trama, a
personagem é filha do trágico casal Gil (Enrique Díaz) e Maria Marruá (Juliana
Paes). Os dois moram em uma tapera abandonada nas terras de José Leôncio (Renato
Góes na primeira fase e Marcos Palmeira na segunda) desde que chegaram ao
Pantanal, após perderem três filhos em disputas de terra no interior do Paraná.
Após perder a
mãe (o pai já havia sido assassinado na primeira fase), ela vive praticamente
isolada até conhecer Jove (Jesuíta Barbosa), o filho criado na cidade grande de
José Leôncio. Os dois não poderiam ser mais diferentes, mas acabam se
apaixonando.
"Juma e
Jove vivem um amor genuíno", avalia a atriz, que elogia o colega de cena.
"Jesuíta tem sido um grande parceiro nessa aventura, nos divertimos muito
vivendo essas personagens juntos."
Os dois atores
chegaram a ser apontados pela imprensa de celebridades como um casal também
fora das telas. A assessoria de imprensa de Guillen nega a informação; a de
Barbosa diz que não comenta a vida pessoal dele.
A atriz
conta que estava almoçando na casa dos pais quando recebeu a notícia de que
havia ficado com o papel tão cobiçado. "Eles vibraram junto comigo toda
essa alegria", conta. Desde então, a vida dela sofreu uma transformação
quase tão radical quanto a de sua personagem quando vira bicho.
Ela afirma que
tinha pouca ou nenhuma familiaridade com o universo da personagem.
"Aprendi a andar a cavalo e a manipular uma espingarda, coisas que nunca
tinha feito", comenta. Ela já havia revelado também que parou de se
depilar e de tomar sol de biquíni, para não ficar com marcas no corpo.
A preparação
também envolveu entrar em contato o texto da trama, que está sendo atualizada
por Bruno Luperi com base no original do avô, Benedito Ruy Barbosa. "Até
anunciarem que iriam gravar uma nova versão dessa novela, eu não tinha
conhecimento algum dela", conta Guillen. "Assisti a alguns capítulos
da para entender todo o universo daquilo em que iríamos mergulhar."
Ela também procurou
a intérprete original para entender mais da personagem. "Cheguei a
conversar com a Cris e trocamos uma ideia muito boa sobre a personagem",
revela.
Apesar disso,
ela quis dar a própria cara à Juma versão 2.0. "Segui os direcionamentos
da direção da novela, junto com algumas buscas, estudos e experiências pessoais
para a construção da Juma", afirma.
Entre essas
experimentações esteve a observação do animal selvagem associado à personagem.
"Estudamos muito o comportamento e hábitos das onças", diz. "A Juma
é uma mulher de instinto selvagem e natureza pulsante criada pela mãe no
coração do Pantanal, criada com os bichos e sempre atenta e pronta para
intervir às possíveis ameaças que a cerca."
Chegou então a
hora de viajar para o Pantanal de fato e conhecer a famosa maior planície
alagada do mundo fora dos livros escolares. "Nunca tinha ido", conta
ela sobre a experiência. "Me encantava e me surpreendia a cada segundo e a
cada canto que olhava."
Por lá, foram
gravadas muitas das cenas da personagem em contato com a natureza –alguns dos
cenários foram reproduzidos nos Estúdios Globo do Rio, onde as gravações
continuam. As famosas cenas da personagem em banhos de rio completamente sem
roupa na versão original (o remake tem sido mais pudico), por exemplo, foram
feitas na região.
A atriz diz
que não tem problema em se despir em cena pela personagem. "[Foi] muito
tranquilo e era uma delícia todas as cenas gravadas dentro do rio naquele
calor", afirma.
Menos tranquilos foram os dias em que ela foi atacada por formigas durante as gravações. "Tiveram os dias em que a tapera da Juma foi tomada por formigas saúvas", lembra Guillen. "Elas aterrorizaram o set. Subiam em todos sem tréguas e comiam até pedaços das roupas da equipe. No meu caso, que estava sempre descalça e de roupas fininhas, pegavam minha pele mesmo."
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