Vitória
Medeiros, filha do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, que comandava o
avião de Marilia Mendonça que caiu no interior de Minas Gerais no dia 5 de
novembro, quer processar a Cemig (empresa distribuidora de energia de Minas
Gerais) pelo acidente aéreo.
O bimotor
atingiu um cabo da torre de distribuição de energia elétrica na região, o que
foi confirmado pela própria empresa.
No
desastre morreram, além de Marilia e do piloto, as outras três pessoas que
estavam no voo: o produtor Henrique Ribeiro, o tio da cantora, Abicieli
Silveira Dias Filho, e o copiloto Tarcísio Pessoa Viana.
"O
ponto básico da história é que não haveria acidente se não existisse essa linha
de alta tensão na reta final do aeródromo, ou se ela estivesse
sinalizada", afirma o advogado Sérgio Alonso, representante da filha do
piloto e especialista em direito aeronáutico.
A Cemig
afirma, em nota, que a linha de distribuição atingida pela aeronave "está
fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga, nos termos de Portaria
específica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), do Comando da
Aeronáutica Brasileiro".
Mas o
advogado rebate que o risco de acidente é criado pela Cemig e, portanto, ela
deve ser, sim, responsabilizada por não ter sinalizado o local, como foi
incorporado pelo Código Civil após jurisprudência.
"Mesmo
que o fio esteja fora dessa zona de proteção, o obstáculo é feito pela Cemig. O
Código Civil, em seu artigo 927, diz que quem explora atividade perigosa, como
energia nuclear, energia elétrica, combustíveis e outros, tem a obrigação de
indenizar pelos riscos causados. É a tal teoria do risco criado. Você tem uma
atividade perigosa, então, o que acontecer lá, você é responsável", explica
Alonso.
Segundo
ele, a intenção de Vitória com a ação é a reparação da memória do pai dela, que
vem sendo atacada por internautas nas redes sociais. Ele também afirma que um
dos objetivos é que o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aéreos) recomende que a rede no local seja sinalizada para que não ocorram
outros acidentes.
"Esse
fio de alta tensão tem que estar sinalizado, sim, porque é um risco criado pela
empresa, e o piloto não consegue enxergar um fio sem a devida
sinalização", reafirma o advogado.
A Cemig
reitera, em nota, que "segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras
e a regulamentação em vigor em todos os seus projetos."
"A
sinalização por meio de esferas na cor laranja é exigida para torres em
situações específicas, entre elas estar dentro de uma zona de proteção de
aeródromos, o que não é o caso da torre que teve seu cabo atingido",
informa.
"A Companhia mais uma vez lamenta esse trágico acidente e se solidariza com parentes e amigos das vítimas", conclui a companhia.
Fonte: Notícias ao Minuto
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