Nesta segunda-feira (3), o apresentador Pedro Bial causou alvoroço ao afirmar que o documentário "Democracia em Vertigem", de Petra Costa, "é uma ficção alucinante" e que ele deu muita risada ao ver o filme, que é um dos indicados ao Oscar.
Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o jornalista da Globo disse que a obra é inconsistente."Achei muito engraçado o filme [Democracia em Vertigem]. É um non sequitur [inconsistência lógica] atrás do outro."
Bial ainda chamou a diretora do documentário de insuportável. "Ela fica choramingando o filme inteiro... É um filme de uma menina dizendo para a mamãe dela que fez tudo direitinho, que ela está ali cumprindo as ordens e a inspiração de mamãe, somos da esquerda, somos bons, nós não fizemos nada, não temos que fazer autocrítica. Foram os maus do mercado, essa gente feia, homens brancos, que nos machucaram e nos tiraram do poder, porque o PT sempre foi maravilhoso e o Lula é incrível", disse ele, em referência à aparição da mãe de Costa, que lutou contra a ditadura militar.
O jornalista ainda disparou que 'Democracia em Vertigem' "É uma ficção alucinante. É mais que maniqueísmo, é uma mentira", afirmou.
Após as declarações, outros famosos decidiram comentar a opinião de Pedro Bial e acabaram detonando o apresentador da Globo. "Só Faltou Pedro Bial chamar Petra Costa de 'pirralha'. Documentário é um ponto de vista do autor. Você pode concordar com o ponto de vista ou não. O que está em julgamento é a qualidade do documentário, que foi escolhido para disputar o Oscar. Não é pouca coisa", avaliou o jornalista Ricardo Noblat.
"Bial diz que Democracia em Vertigem é uma obra de ficção. Desafio o jornalista a explicitar quais seriam as tais "mentiras" do filme. Não estou falando sobre suas interpretações do que é relatado, mas dos fatos em si. Mas o que mais me incomodou - aliás, digo mais: revoltou - foi Bial dizer que 'é uma menina querendo dizer para a mamãe dela que ela fez tudo direitinho, que ela está ali cumprindo as ordens de mamãe, a inspiração de mamãe'. Isso, além de estúpido, é de um sexismo colossal. Eu duvido que se o filme tivesse sido dirigido por um homem, Bial tentaria atacar o realizador dessa maneira. Ele usa dois clichês misóginos ao mesmo tempo: o de que as mulheres não são capazes de pensar por conta própria e o que precisam da aprovação alheia", detonou o crítico de cinema Pablo Villaça.
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